fbpx
Posts By :

Kaka

O que é real?

O que é real? 150 150 Kaka

O que chamamos de realidade não é igual a todo tempo e em todas as  culturas. “Realidade” não é algo absoluto que os seres humanos podem ter acesso final. É relativa no sentido mais literal da palavra, então, é inacessível ao ser humano. Assim que percebemos algo ou tentamos entender, deixa de ser real e se torna o real em relação ao eu.

O filósofo alemão Martin Heidegger disse isso.

E ele não foi o único. Freud diz que entre o sujeito e o mundo existirá o inconsciente, que limita o entendimento do mesmo. Marx diria que entre sujeito e mundo temos a ideologia, que faz o mesmo papel.

Kant diz que não conseguimos perceber o mundo, apenas o fenômeno. Ele define como sujeito transcendental, um fundamento receptivo que nos é dado, e é dele que tiramos sentido dos fenômenos. Isso é, como percebemos o real.

Existe então um hiato entre o mundo e o ser humano, uma distância,  que é preenchida por algo, você pode escolher sua palavra. Isso é importante de entender, porque gastamos muita energia tentando prever, controlar e guiar nosso futuro de acordo com o pensamento lógico.

Hume diz que a razão é a escrava das paixões.

Acredito que por esse motivo aquele filme ou livro maravilhoso que tanto  amamos nunca será tão reconhecido ou validado por amigos, companheiros ou quem quer que seja. Claro, eles não leram o mesmo livro que eu. Cada palavra marca uma memória, um trauma, uma imaginação diferente. E é por isso que somos tão únicos, divergimos e criamos essa pluralidade humana, tão rica.

Mas a humildade que realizar isso traz, de que seu ponto de vista é seu e não impor sua realidade ao outro, pode ser ligada diretamente à  filosofia yogui.

Um dia desses estava caminhando até a praia e vi uma menina com a mãe. Ela estava manipulando uma borboleta com a asa quebrada, explicando para a mãe que elas tinham que colocar na sombra para aliviar o sofrimento. Isso foi extremamente tocante para mim, é como se tivesse visto uma dose pura do que é a humanidade no seu melhor, ao vivo e a cores.

Sinto que praticamos yoga não para abdicar da realidade da cidade, trabalho e deveres que temos que cumprir diariamente, mas sim para navegar nisso da melhor forma.

Talvez sentar uma tarde no parque, fazer aula de pintura, ou ir num karaokê tenham benefícios inesperados na nossa vida. Somos movidos por amor e medo, mas muitas vezes o medo nos tira um pouco da criatividade e da chama que tínhamos quando éramos criança.

Convido você a subir nas mesas, deixar a criança derramar o suco, se permitir sentir com vergonha. Coloque uma meia diferente em cada pé, nem que seja para ir no mercado, deixe que olhem, exercite o diferente. Nunca se sabe as portas que isso pode abrir.

“Se cada pergunta que te fazem durante a vida você busca responder a coisa correta, sua vida é um permanente teste.” – Kanye West

Artigo por Murilo Gusmão.
@mgusmaop

SAVASANA

SAVASANA 150 150 Kaka

Para aqueles que, como eu, são ligados na tomada, adoram um dia cheio, mil atividades e estar em constante movimento, o savasana, conhecido como a “postura do cadáver”, pode vir a ser um grande desafio, muitas vezes, bem maior que o desafio dos próprios ásanas.

E sem entrar na discussão sobre se “savasana” é ou não um ásana,

“It is importante to take rest after the practice. Many mistakenly call this savasana, but this in incorrect. No asana is being done here; one is only resting from the asana practice. This is called sukhasana.” (É importante descansar após a prática. Muitos, erroneamente, chamam isto de savasana, mas é incorreto. Nenhum ásana está sendo executado aqui; apenas o descanso da prática de ásana. Isto é chamado sukhasana.) (livre tradução) (“Astanga Yoga Anusthana”, de R.Sharath Jois, página 83)

o fato é que ele traz consigo uma lista de benefícios, que vão desde relaxamento completo, redução do estresse, da pressão arterial, melhora da qualidade do sono, até a preparação da mente e do corpo para práticas meditativas, por exemplo.

A despeito de, não obstante, conquanto…, e de certo modo, envergonhada confesso que até hoje, apesar de meu tempo de prática, não consigo deitar em savasana ou sukhasana.

Normalmente, ao finalizar minha série, sinto-me inteiramente revigorada, cheia de energia e louca para sair pulando, sendo muito difícil aquietar o corpo nesta posição. O que tenho feito então é sentar, respirar por uns 10 minutos e, após isso, entoar mantras, e para mim, tem funcionado.

Mas, houve um período, ainda no meu primeiro ano de prática, em que eu fui capaz de silenciar a mente e o corpo em savana (sukhasana), e lembro que era bom.

Sigo na expectativa de quebrar padrões e, quem sabe, sentir as sensações que descrevi em 2012 neste pequeno texto, e que agora compartilho em primeira mão com vocês.

Quem vem comigo?

Morto-Vivo

Não sinto intensas as sinapses e nem o trabalho incansável de meus neurônios, mas ouço meus pensamentos, agora já não dominados por palavras; meus pensamentos estão polvilhados de sensações.

Tenho o corpo estendido no chão; meus braços acompanham sua linha, emoldurando-o; a palma de minhas mãos voltadas para cima, tem um leve formigamento; ombros e quadris, colados ao chão, parecem ter sido fixados; as pernas estão levemente entreabertas, formando um “v”; meus joelhos pendem lateralmente, fazendo com que meus pés se posicionem nesta mesma direção, externa.

Tudo me parece externo e longe. Só eu estou aqui, dentro de mim, eu e mais ninguém. Estranhamente não me sinto só. Sinto a plenitude de estar em minha companhia.

Nos instantes que precedem o vazio da mente, sinto o ar entrando lenta e fortemente em meus pulmões, que se expandem como dois balões, e com a mesma intensidade com que entrou, sai por minha boca entreaberta, que emite um suave som durante toda a exalação. Um suspiro, longo, audível, que me esvazia.

Um cadáver pode estar tão vivo … – Minha mente insiste em mais um pensamento, que logo é afastado pela sensação de bem-estar extrema que invade meu corpo inerte.

Agora só há espaço para o sensorial. Sinto o sangue correr com calma por minhas veias; por onde passa, vai pintando com sua cor carmim, tão viva, parece ter purpurina.

Ouço a respiração compassada e forte daqueles que estão no mesmo ambiente; a cadência de sua respiração me lembra o mar, não o mar tranquilo, mas um oceano revolto, ondas fortes, grandes que, quando quebram na areia branca, parecem rugir.

O mar bravio, tão vivo…
Eu, tão viva …
Um cadáver, tão vivo.

Tudo se aquietou. Não há movimento, nem vozes ou palavras, pensamentos, sensações, corpo ou respiração.

Silenciei.

Permaneço assim, em shavasana, a postura do cadáver, parte final de minha prática diária, por aproximadamente dez minutos.

Antes de abrir os olhos, apenas sinto. Meu corpo está ali, vivo, cheio de uma energia que percorre cada canto seu, e o arrepia.

Enrolo meu tapetinho.

Artigo por Carla Debiasi.
@carladebiasi

Produtividade Consciente

Produtividade Consciente 150 150 Kaka

Por Milena Oliveira

Vivemos em uma era onde o nosso valor é mensurado com base na nossa capacidade produtiva. Compramos a ideia de que para ser bem sucedida precisamos fazer MAIS. E mais rápido, com mais qualidade, mais agilidade e sem demonstrar grande desgaste.

Existe uma constante sensação de não estar dando conta de todas as tarefas, atividades e funções que aceitamos incorporar em nossas vidas, ao mesmo tempo que não queremos abrir mão de nada, pois abrir mão significa ser MENOS.

Nesse blog iremos abrir espaço para uma nova forma de olhar a produtividade: COM CONSCIÊNCIA.
Você será capaz de se sentir mais produtivo do que se sente hoje, sem deixar de equilibrar e respeitar as adversidades da vida, o seu estado físico e mental e qualquer outra necessidade pessoal.

Porque a gente se sente tão sobrecarregado?

Antes de mergulharmos no que é produtividade consciente, vamos primeiro entender a diferença entre estar ocupado e produtivo e por que ainda não nos sentimos com plenitude mesmo depois de um dia completando tarefas.

Ninguém se sente produtiva, relaxada, descansada e mentalmente aliviada ao mesmo tempo. Pensamos que somos produtivas ou somos pessoas com poucos afazeres, tranquilas, relaxadas. E isto não é correto. As duas situações podem coexistir na mesma pessoa. Podemos e devemos ser super produtivas, como também, ter momentos de descanso e lazer em nossas vidas. Ser ocupada não significa ser produtiva.

Antigamente a mulher ficava com as tarefas de casa, enquanto o homem saía para trabalhar. A estrutura do mercado de trabalho foi criada com base nos homens e não pensado para nós, mulheres. Acontece que nos dias atuais, trabalhamos fora e ainda temos as tarefas de casa para realizarmos. Portanto, a estrutura atual nos deixa sem equilíbrio.

O que é plenitude?

Plenitude: a capacidade de equilibrar, integrar, e unir todas as partes divididas e fragmentadas de alguém. Único estado no qual podemos acessar todo o nosso poder. Portanto, sem plenitude, nos sentimos divididos e quebrados.

O processo de tentarmos ser mais produtivas tentando nos encaixar no molde que foi projetado para o homem, nos fragmentou.

Permitimos ser fragmentadas para entrar no mercado de trabalho, na tentativa de ser a mulher perfeita e que consegue dar conta de tudo, por em algum momento acreditamos que era assim que tínhamos que ser, ou por pensar que para encontrar o nosso próprio valor teria que ser através de conquistas, para pertencer ao grupo de mulheres poderosas.

Não podemos buscar o sucesso nos outros. O que é sucesso para o outro, não quer dizer que será para nós. Temos que olhar para dentro e ver o que é realmente sucesso para nós mesmas. Paramos de nos comparar com os outros quando temos autoestima.

Este blog propõe um novo olhar sobre produtividade. Um olhar mais consciente. Que possamos sair para caçar mas também ter o cuidado pela caverna. Equilíbrio entre os dois fatores.

Como podemos olhar para qual é a produtividade e realização de uma perspectiva mais consciente?

Podemos começar entendendo melhor as diferenças entre as qualidades masculinas e femininas para que possamos entender melhor como encontrar o equilíbrio. Lembre-se que isso não significa as diferenças entre homens e mulheres.

Qual é o propósito de entender isso? Para ter mais consciência sobre quais escolhas a gente faz. Simplesmente fazer muitas coisas não significa necessariamente que estamos sendo produtivos. Quando se trata de encontrar satisfação, o mais importante é a qualidade com que as fazemos. Fazer as coisas conscientemente, mesmo que seja simples como lavar a louça, tem muito mais probabilidade de nos trazer uma sensação de realização no final do dia do que terminar inconscientemente toda uma lista de tarefas. Entender melhor como equilibrar seu masculino e feminino interior é vital para aumentar a consciência do que buscar o sucesso superficial em um mercado dominado pelo masculino.

O que é proatividade?

No contexto da sociedade contemporânea, a produtividade é medida pelo quanto se pode fazer em um determinado período de tempo. Ele ignora a qualidade ou o impacto geral que causa, concentrando-se inteiramente na produção econômica. Ignora reservar tempo para a família, sua saúde mental e muitas outras considerações importantes necessárias para encontrar a verdadeira satisfação.

O que é produtividade consciente?

A produtividade consciente é uma abordagem mais holística para ser produtivo. Em vez de simplesmente tentar o máximo com o mínimo de recursos, define a produtividade em termos do que traz a verdadeira satisfação com base no equilíbrio. Isso significa que você dá um passo para trás e considera o que está fazendo e por quê, em vez de apenas passar automaticamente por uma lista de tarefas todos os dias.

Em vez de deixar a sociedade definir os termos, você investiga por si mesmo o que lhe traz felicidade e contentamento. A partir daí, você constrói seu próprio modelo para o que significa ser produtivo.

Como colocar em prática?

  1. Auto-observação – Antes de começar uma tarefa ou atividade certifique-se de que sua alma está no seu corpo.
  2. Traga ordem – Ordem e organização não caem do céu. O que cai do céu e caos. Precisamos equilibrar esse jogo com ordem ATIVA.
  3. Uma coisa de cada vez – Vá com calma, não valorize o comportamento multitarefa e imponha limites.
  4. Se apaixone pelas atividades essenciais – Por que simplesmente suportamos as atividades essenciais quando podemos desfrutar delas?
  5. Crie rituais de transição – Você tem várias funções. Crie espaço e possibilidades de transição entre elas, assim como Clark Kent fazia.
  6. Produza autocompaixão – De um jeito cultivar a autocompaixão. Pegue leve com si mesma, saiba quando se puxar e seja expert em saber soltar.

 

 

“O autoconhecimento liberta!”

Esse texto de Milena Oliveira faz parte do programa CONTEMPORÂNEA, em parceria com o Portal Ellaa. Maiores informações, acesse a página do programa.

Ciclos Femininos

Ciclos Femininos 150 150 Kaka

Melhorar a nossa saúde física e mental a partir do entendimento, do respeito e da conexão com os ciclos e as transformações femininas ao longo da vida.

Compreender a natureza cíclica do corpo feminino é um tópico extremamente importante porque a sociedade ocidental contemporânea se move de forma linear e espera que sejamos produtivas todos os dias do mês, desconsiderando completamente nosso fluxo natural.

No entanto, assim como na natureza, nossos sistemas biológicos internos têm ciclos. Para que possamos nos alinhar com nossa verdadeira natureza, é muito importante que entendamos e nos harmonizamos com esses ciclos para saber quando é melhor sermos mais abertos e criativos ou fechados e introspectivos.

Você conhece o seu ciclo?

 

Algumas questões importantes a considerar:

  • Como é seu fluxo? Quantos dias dura? Leve/intenso? Qual a cor?

  • Qual é a duração do seu ciclo?

  • O que muda no seu corpo e no seu estado emocional a cada fase?

  • Consegue reconhecer seu período fértil?

  • Quais ferramentas você costuma acessar para te ajudar nas diferentes fases?

Fases da Mulher:

  1. Puberdade: 8-13 anos. Telarca, Pubarca, Menarca.

  2. Fase Reprodutiva.

  3. Climatério: Até 4 anos antes da menopausa. Ciclos irregulares (mais curtos >> mais longos >> amenorréia).

  4. Menopausa: 45-55 anos (precisa estar há 1 ano sem menstruar).

 

O ciclo menstrual

 

Duração: 21-35 dias. Começa no primeiro dia da menstruação e termina um dia antes da próxima. Cerca de 400 ciclos ao longo do período fertil.

Fase Folicular: Maturação dos folículos

Um dos primeiros sinais que essa fase está começando é o crescimento do endométrio e muco (parecido com a clara de ovo). Durante essa fase é normal sentir mais libido, energia, vigor, lubrificação, disposição, alegria, confiança, criatividade, e bem estar. Temos uma energia de expansão. É bom para criar, marcar reuniões, iniciar projetos e ser mais produtiva de modo geral..

  • Período fértil: muco e aumento da temperatura corporal.

  • Ovulação: por volta do 14º dia do ciclo. Pode ser afetada por fatores externos, como o estado emocional, alimentação, sono, etc.

Fase Lútea

Ocorre o predomínio da progesterona. Endométrio proliferativo para nutrir e segurar um possível embrião. Essa fase tem uma energia Yin, de introspecção, mais calma, sono, gaba (ansiolítico, foco, concentração). Pode ocorrer: retenção líquida, constipação, mais fome e mais sono. Durante essa fase deveríamos respeitar a energia mais introspectiva.

  • 10 a 16 dias da ovulação sem fecundação: corpo lúteo se desintegra. Queda hormonal e ocorre a menstruação.

Síndrome Pré Menstrual:

  • Cólicas

  • Labilidade emocional

  • Alterações do humor, irritabilidade, ansiedade

  • Insônia e sonolência

  • Indisposição

  • Dificuldade de concentração

  • Dores de cabeça

  • Aumento do apetite/desejo por doces

  • Retenção líquida e dor nas mamas

Anote os seus sintomas!

O humor, as características do fluxo, dos fluidos vaginais, a libido, a disposição, o sono, a memória, os sonhos, as relações afetivas, e tudo mais que você quiser. Repare em tudo e veja como certos padrões se repetem.

Medidas práticas:

Durante esta fase é importante respeitar o seu momento. Em vez de fazer exercícios mais difíceis pode praticar meditação e respiração.

Hidratação também é muito importante. A água é a melhor opção, mas chás diuréticos como salsinha, cavalinha, funcho e chá verde também são bons.

Ter o sono adequado é de extrema importância, pois é no sono que iremos reparar e desintoxicar nosso corpo. Baixar as luzes 2 horas antes de dormir ajuda.

Evitar alimentos inflamatórios e picos de insulina: embutidos, processados, açúcar, cafeína, álcool, farinha, industrializados, excesso de sal. Optar por uma alimentação colorida e variada. Aumentar consumo de frutas, vegetais, cereais, e alimentos ricos em Triptofano (cacau, aveia, grão de bico, banana).

Outros nutrientes importantes:

  • Vitamina D: 10 a 15 minutos de sol por dia

  • Vitamina C: frutas cítricas

  • B12, B9, B6

  • Ferro

  • Magnésio: Banana Abacate, Aveia, Beterraba

  • Ômega 3: Chia, linhaça, salmão, sardinha

  • Ômega 6: Óleo de linhaca/primula/borragem

Ciclo das sementes segundo a medicina chinesa:

Primeira fase: Construção – Linhaça triturada e semente de abóbora

Segunda fase: Restauração – Semente de girassol + gergelim triturado/tahine

 

Climatério/Menopausa

 

O climatério é a fase de transição para a menopausa e começa normalmente aos 47 anos, mas já pode apresentar sintomas a partir dos 40 anos. Os ciclos menstruais se tornam irregulares, sendo mais curtos ou mais longos. Algumas mulheres já sentem os sintomas da menopausa no climatério, como as ondas de calor, instabilidade emocional, alterações na libido, pele e vagina mais seca, dor na relação sexual, infecções de urina de repetição. Essa fase pode durar em média  4 anos.

Após 1 ano sem menstruação, inicia-se a menopausa. Normalmente ocorre dos 45 aos 55 anos. Os principais sintomas estão relacionados à baixa do estrogênio:

  • Fogachos (ondas de calor)

  • Insônia/sonolência

  • Queda da libido

  • Alterações de humor, irritabilidade, depressão, ansiedade

  • Cansaço/fadiga

  • Genitourinários: secura vaginal, dispareunia, prurido vulvar/corrimentos, infecções de repetição, incontinência urinária, urgência miccional

  • Dores de cabeça

  • Queda da massa óssea, dores articulares

  • Acúmulo de gordura abdominal/perda da massa magra

  • Dislipidemia/Diabetes/Hipertensão

  • Disbiose intestinal

Medidas práticas/Suplementação:

  • Hidratação

  • Oleação

  • Sono adequado

  • Movimento (exercícios com carga para proteger a massa magra)

  • Manejo do estresse

  • Parar de fumar

  • Alimentação limpa, rica em cálcio e vitamina D

  • Fogachos: evitar café, frituras, açúcares e sal. Aumentar hidratação e frutas cítricas, chá de folhas de amora, soja.

  • Alimentos ricos em triptofano

  • Ashwagandha

  • Magnésio

  • Ômega 3 e 6 (óleo de prímula/borragem)

 

“O autoconhecimento liberta!”

Texto extraído da aula com a Dra Manuela Nascimento no programa de bem estar e saúde CONTEMPORÂNEA, disponível em nossa plataforma de aluno.
Maiores informações, acesse a página do programa.

Ciclos Lunares

Ciclos Lunares 150 150 Kaka

Assim como os ciclos lunares possuem forte influência nas marés, eles exercem influência também no nosso corpo e consequentemente em nosso comportamento. Através da prática de Yoga nos mantemos mais atentos e conectados com a natureza, facilmente percebemos a agitação provocada pela lua cheia e a calmaria da lua nova, por isso é importante se observar e principalmente respeitar esses picos de energia provocados pela mudança da lua.

De acordo com a tradição do Ashtanga Yoga, nos dias de lua nova e lua cheia, descansamos das práticas de asana (posturas).

O sol e a lua exercem efeitos gravitacionais sobre o planeta terra, e em suas diferentes posições, criam diferentes potenciais de energia que afetam nosso corpo e mente. Nos dias de lua cheia e lua nova, esses efeitos gravitacionais são mais pronunciados.

Os dias de lua cheia correspondem a uma força de prana (inspiração/ influxo de energia) mais pronunciada. Esta energia expansiva, nos faz sentir mais energéticos e sensíveis, porém menos centrados. Já a energia da lua nova, corresponde a força de apana (expiração/ eliminação de toxinas) mais pronunciada. Esta energia de contração, nos faz sentir mais calmos e centrados, porém menos inclinados a fazer esforço físico.

Quando a prática é feita diariamente, ficamos mais conectados com estes ciclos naturais. Estes dias de descanso são importantes não somente para regenerar as energias, mas também um momento para reconhecer e honrar estes ritmos naturais. Além disso, nos dias de lua recomenda-se dedicar um tempo para leitura e estudos da filosofia do yoga.

Consulte a secretaria para saber o calendário lunar para os próximos meses.

Uma reflexão sobre o Sūtra 2.1

Uma reflexão sobre o Sūtra 2.1 2048 1365 Kaka

Se engana quem pensa que o Yoga em ação é apenas a prática de asanas (posturas). Que a beleza da prática está na estética performática e que ter uma prática avançada é colocar o corpo em formas complexas.
Para Patanjali, o Yoga em ação envolve a autodisciplina (Tapas), o autoestudo (Svadhyaya) e uma atitude de entrega ao divino (Isvara Pranidhana), (Sūtra 2.1).

Uma prática austera, disciplinada, feita sem interrupções, por um longo período de tempo (Sūtra 1.14), nasce de um profundo desejo de purificar nosso ser por inteiro, alinhando, assim, o nosso agir, a nossa fala e o nosso pensar.

Tapas é o fogo purificador que encontramos quando nos dedicamos de forma disciplinada à uma prática espiritual. É o encarar diariamente nossas dificuldades, fortalecendo nossa mente e nosso corpo, deixando-os mais puros. É mover-se para se transformar, sabendo que toda transformação envolve (em algum nível) um desconforto. Praticando tapas, purificamos nossas ações e estaremos assim, no caminho do Karma Yoga.

Svadhyaya vem de um constante estudo do si mesmo, seja através de uma auto-observação que se faz presente na atenção à todas as nuances e detalhes que fazem parte da prática (o que comi, como dormi, como me movimento no dia a dia, como me relaciono e etc) e como tudo isso nos afeta, seja também em se debruçar nas leituras dos textos sagrados (Bíblia, Bhagavad Gita, Yoga Sutras, entre outros…) que nos aproxima da nossa verdadeira natureza. Colocar nosso coração no entendimento desses ensinamentos, em cada palavra, ler e reler as escrituras pois elas falam, em última instância sobre o Eu. Buscando o conhecimento da verdade do Eu, estaremos praticando Jñana Yoga, e assim, purificamos nossas palavras, pois estaremos adquirindo conhecimento.

Isvara Pranidhana, talvez, seja o mais difícil de pôr em prática, já que envolve uma total entrega ao Divino. Fazer de nossas ações uma oferenda à Deus, ao absoluto (ou como você queira chamar). Sendo assim, quando as ofereço ao Criador, me torno um devoto, não atuo de forma egóica, pois reconheço que tudo vem Dele e tudo pertence à Ele. Fazendo das ações, atos devocionais, orientados pelo Dharma, purifico minha mente e assim, pratico Bhakti Yoga. Nos ajuda nessa atitude de oferecimento à Deus, o cultivo de um altar para nos recordar que há um propósito maior, mais elevado na prática e que ela não está isolada e nem desconectada do Todo.

Então, muito mais do que a estética e a beleza dos asanas, o BELO no Yoga está em uma prática constante e disciplinada, em uma atitude de descoberta do Eu, com o fogo purificador do autoconhecimento onde cada ação é uma ação devocional. Se conseguirmos conectar tudo isso na prática, ela, sem dúvida, será uma prática avançada, pois ser avançado no Yoga, independe da complexidade e da forma externa que o seu corpo se coloca ao fazer uma postura, depende sim da sua conexão e atitude perante a sua prática.

OS 4 PURUSHARTHAS – objetivos da vida humana na visão dos Vedas

OS 4 PURUSHARTHAS – objetivos da vida humana na visão dos Vedas 1200 801 Kaka

Para os Vedas nós temos 4 objetivos na vida humana.

ARTHA

O primeiro, Artha, está relacionado à riqueza e prosperidade material. Significa as coisas que você precisa para se manter vivo e saudável. Está relacionado à segurança e a busca por um trabalho para garantir sustento para você e sua família. Importante ressaltar a visão de Artha não como um fim de si mesmo, mas sim como um meio para o fim. O trabalho que você escolher fazer precisa ser algo que você retribui para a sociedade, não deve ter uma conotação egoísta focado somente no poder econômico pessoal, mas sim algo com visão mais coletiva de forma a beneficiar a todos.

 

KAMA

O segundo objetivo é Kama, o desejo, o prazer pelo gozo da vida. Uma vez que você já tem o sustento garantido, não precisa lutar pela sobrevivência, você tem estrutura e tempo para usufruir da vida. Dizem que o Universo inteiro foi criado por causa de um desejo, então Kama é o combustível para tudo nessa vida humana. Quando em desequilíbrio, temos apego aos prazeres e ficamos incessantemente na busca por satisfazer nossos desejos. É preciso muito cuidado para mantermos os valores e o olhar para o nosso arredor para não nos perdermos no caminho e mantermos uma abordagem apropriada e benéfica para todos.

 

DHARMA

O terceiro, Dharma, significa verdade, o jeito correto de viver e os comportamentos humanos necessários para manter a ordem no mundo. É o caminho que você deve seguir, o seu propósito. Uma vida que vai de encontro com a ética Universal, onde se tem consciência e percepção que todas as escolhas impactam tudo e a todos.

Uma vez que você já tem o sustento garantido, o tempo e a disponibilidade para aproveitar os prazeres da vida e já percebeu que ambos, Artha e Kama, precisam estar equilibrados e relacionados ao todo e não somente beneficiando o individual, então suas ações começam a ser mais globais, seguindo o Dharma. Você percebe que existe uma lei no Universo, que você faz parte e naturalmente tenta se encaixar nela. É nesse momento que começam as buscas por práticas de autoconhecimento, de forma a nos preparar para essa nova consciência.

A partir de então, com esse olhar coletivo e essa percepção que você não está separado do todo e que você é um ser puro, perfeito e ilimitado, se passa para o quarto objetivo.

 

MOKSA

É  a libertação. Da ignorância, do sofrimento, da morte e da obrigatoriedade de renascer. Tem a ver com desconectar de tudo, mesmos das coisas que entendemos como sendo importantes e relevantes, porque compreendemos que a vida é algo temporário. É o momento que você se percebe fazendo parte do todo e tem acesso total ao potencial humano de criatividade, compaixão e compreensão.

Yoga e Respiração

Yoga e Respiração 1200 886 Kaka

A respiração é o pilar básico para nossa existência e também para a prática de Yoga. Sem respirar não sobrevivemos e obviamente todos nós, vivos neste mundo, estamos o tempo todo respirando. Mas, quase sempre é de forma automática. O corpo humano, nosso organismo perfeito, sabe que precisamos de oxigênio, então ele funciona de forma que nós, indivíduos, deixamos esse trabalho de inspirar e expirar para ele, sem dar muita atenção. Muitos passam a vida toda sem nunca observar sua própria respiração e sem saber tudo o que ela é capaz de gerar se a fizermos de forma consciente.

Não é à toa que a primeira aula de Yoga sempre começa com a respiração. Você aprende a respirar, sentindo o ar entrando e saindo dos seus pulmões, devagar, sem pressa. Aos poucos você vai sentindo o corpo relaxar, os batimentos cardíacos desaceleram e as flutuações da mente se acalmam.

Quando você inicia a prática de asanas, a respiração acompanha os movimentos e oxigena o sangue e todas as suas células até chegar ao cérebro, que favorece o estado meditativo e cria estímulos físicos auxiliando no processo de construção das posturas e de uma mente mais presente e consequentemente gera uma enorme sensação de bem-estar, que reverbera por um bom tempo no seu organismo mesmo depois de terminar a prática.

Com uma simples respiração mais consciente, conseguimos alterar o funcionamento do nosso sistema nervoso, auxiliando em uma melhora na saúde mental em situações de angústia, depressão e ansiedade. Por exemplo, se observarmos nossa respiração em situações que estamos com medo ou nervosos, notaremos ela acelerada e curta, o que consequentemente acaba aumentando ainda mais aquela sensação de desespero. Ora, se os sentimentos angustiantes impactam nossa respiração, a recíproca também é verdadeira. Ao usarmos o ato de respirar de forma controlada, conseguimos alterar os fluxos nervosos do nosso corpo, acalmando nossa mente, permitindo um pensar e um agir mais calmo, coerente e saudável.

No Yoga técnicas e exercícios de respirações (pranayamas) são utilizadas há milhares de anos como forma de aumentar o foco, a presença e a vitalidade. Esses Pranayamas nos conectam diretamente à energia vital que compõe nosso corpo e tudo à nossa volta, nos permitindo um maior entendimento de nossas emoções e pensamentos, tornando nossas ações conscientes e melhores.

Como montar um Altar Devocional

Como montar um Altar Devocional 801 1200 Kaka

Um altar não está ligado a idolatria ou a endeusar uma entidade ou uma pessoa. A prática de montar e manter um altar devocional é uma forma de criar uma conexão espiritual com algo superior e energizar o espaço de prática de yoga e meditação.

Para montar um altar devocional escolha um espaço nobre na sua casa ou no seu shala que não tenha muita interferência. Lembre-se é para ser um lugar sagrado, de práticas e de estudos.

Escolha objetos que façam sentido pra você e que te conectam com uma energia superior. Podem ser estátuas e imagens de deidades com Shiva e Ganesha ou até mesmo fotos dos seus professores ou daqueles que representam a linhagem do método que você segue e a quem você agradece.

A iluminação é muito importante, pois representa a luz que ilumina na escuridão ou que desperta para o conhecimento. O mais comum são as lamparinas, já que a orientação é o fogo apagar sozinho. Mas, a intenção conta muito. Então, se preferir usar velas pode também. Mas, sempre que for apagá-las peça licença, mostre respeito e nunca apague diante das deidades.

Incensos e flores são oferendas para o altar e podem e devem ser usados. Cristais e outros objetos também, desde que façam sentido pra você. O altar pode ser bastante pessoal, desde que sempre sejam lugares sagrados e respeitados.

Montado o seu altar é hora de manter a prática de rituais, seja evocando mantras de sua preferência, mantendo-o limpo e organizado, trocando flores, meditando e mantendo toda a energia que um altar merece.

Introdução ao Método Ashtanga Yoga

Introdução ao Método Ashtanga Yoga 801 1200 Kaka

Quando se inicia a prática de Ashtanga Yoga, normalmente começamos pela parte física, pelos asanas (posturas). Logo no início já é possível sentir seus benefícios, mas muitas vezes não entendemos o por quê nem como funciona toda essa transformação física e mental.

Por isso, é importante compreender o funcionamento do Tristana, a base da metodologia do Ashtanga Yoga. Podemos explicá-la como uma ferramenta que guiará toda a sua prática.

O Tristana é formado por três partes: a respiração, os asanas e o drsti (foco do olhar). Esses pilares transformam uma simples prática física em uma experiência que conecta mente e corpo, permitindo a prática se tornar meditativa e repleta de benefícios à saúde física e mental.

Respiração

No Ashtanga tudo começa com a respiração. Todo o movimento é conectado com a inspiração e a exalação. A contagem do tempo é feito através dela assim como toda movimentação do corpo durante a prática.

Utilizamos um método de respiração livre, que é nasal, então inspiramos e exalamos sempre pelo nariz, nunca pela boca, em que o ar passa pela garganta emitindo um som sussurrante. Tentamos fazê-la de forma consciente e ritmada (mesmo tempo de inspiração e expiração), para alcançarmos uma calma e equilíbrio. Conseguimos, dessa forma, manter a mente e o corpo estáveis para a execução das posturas.
Com o tempo, é possível alcançar respirações mais longas e profundas, que ajudam a ativar o nosso fogo digestivo, que é responsável por liberar toxinas do nosso corpo.

Posturas

A segunda parte do Tristana são as posturas, os asanas. No Ashtanga, nós seguimos uma metodologia tradicional que conta com diversos grupos de posturas. Então, cada aluno iniciará sua prática com um grupo de posturas passado pelo professor. No decorrer da prática, você vai entendendo àquelas posturas, o corpo vai se adaptando, fortalecendo e se começa a entender, também, a respiração dentro de cada movimento. Depois, quando você estiver preparado, receberá a nova postura e assim, vai evoluindo na sua prática.

Considerações muito importantes: o Ashtanga Yoga é um método bastante individualizado, que permite cada praticante fazer sua prática dentro do seu tempo e suas limitações. O que pode ser muito fácil para uma pessoa pode ser muito difícil para outra. Dessa forma, cada um vai trabalhando nos seus desafios. Outro ponto a ser ressaltado é a importância do professor, que irá te guiar nesse caminho. Não há outra alternativa senão com a orientação de professores sérios e capacitados a lhe passar os ensinamentos do método (parampara).

Drsti

A terceira parte é o Drsti – o foco do olhar enquanto estamos praticando. Esta etapa nos ajuda a manter a mente estável e focada, evitando distrações externas e atrapalhando o fluxo da prática, além de manter a energia circulando no corpo, já que para onde olhamos é para onde levamos nossa energia.

Os Drstis são nove: umbigo (nabhi drsti), nariz (nasagra drsti), para cima (rdhva drsti), terceiro olho (brumadhya drsti), canto do olho esquerdo e canto do olho direito (parsva drsti), dedão (angusta drsti), dedo médio (hastagra drsti) e dedão do pé (padagra drsti).

Há ainda dois elementos que estão relacionados ao Tristana: O Vinyasa, que está conectado à respiração e os Bandhas, conectados às posturas.

Vinyasa

O Vinyasa é a sincronização do movimento com a respiração, que tem como propósito a limpeza e purificação interna. Através desta combinação, o corpo vai aquecendo, criando um calor interno que vai varrendo as toxinas mais superficiais para a pele, que vão sendo eliminadas através do suor.
Em um estágio mais avançado, aquele sangue denso, com excesso de toxinas, começa também a se mover para as extremidades. O sangue vai afinando e circulando livremente de forma mais saudável e puro pelo nosso corpo. Por isso, muitas vezes a qualidade e o cheiro do nosso suor vão mudando ao longo dos anos de prática. Ou seja, a prática correta do vinyasa tem a capacidade de limpar e purificar desde a superfície até a parte mais profunda do nosso corpo.

Bandhas

Os bandhas são como fechos ou contrações de determinadas áreas do nosso corpo que evitam a dispersão da energia vital, conduzindo a respiração e mantendo o corpo aquecido, além de manterem uma estabilidade, protegendo a coluna durante a prática de asanas

São ações bastante complexas, mas que com o tempo de prática, quando feita de forma regular e apropriada, é possível incorporá-las.
No Ashtanga, trabalhamos principalmente com três bandhas: mula bandha, uddiyana bandha e jalandhara bandha.

Mula Bandha: está associado ao chakra raiz e ao momento da expiração. É uma contração interna ativada no assoalho pélvico que mantém os órgãos do baixo ventre suspensos. Traz força e estabilidade para o corpo e seus movimentos.

Uddiyana Bandha: está associado à inspiração e a musculatura da parede abdominal inferior. É uma ação que expande a caixa toráxica e eleva o prana para cima. Traz leveza para o corpo e seus movimentos.

Jalandhara Bandha: É uma “trava” na garganta e é realizado somente em práticas mais avançadas quando já se está apto a praticar os pranayamas. É ensinado de forma individual para cada aluno, conforme a tradição do método.

É importante ressaltar que todas essas etapas devem ser praticadas simultaneamente durante toda sua prática.

Sempre siga as orientações do seu professor.

Pratique, pratique e tudo virá!